O que é modelo Zero Trust na cibersegurança e como adotá-lo?

modelo zero trust o que é

Zero trust ou confiança zero é um modelo altamente efetivo na proteção de informações das empresas contra ataques internos.

Por mais que inesperadas, as ameaças causadas pela negligência ou mesmo intencionalmente pelos colaboradores crescem constantemente.

O estudo da Panda Security, por exemplo, indicou que esses ataques aumentaram 47% em apenas 2 anos.

Pensando nisso, adotar medidas mais lógicas de restrição e monitorar mesmo os usuários internos são pontos promovidos pelo zero trust.

Quer saber mais sobre essa forma de proteger sua empresa de invasões? Acompanhe conosco!

O que é o modelo de segurança Zero Trust?

A segurança zero trust consiste em um controle muito mais rigoroso no que se refere aos acessos e identidades da rede.

Assim, embora os usuários sejam internos na organização possuam acessos privilegiados, na prática a confiança desse modelo é zero, exigindo controle e restringindo acessos independentemente de quem está acessando.

É comum, na verdade, que as organizações esqueçam completamente de proteger-se de quem já está na rede interna.

Muitas vezes, imagina-se que a necessidade de se proteger de acessos externos é muito maior, considerando a abordagem dos criminosos.

Por outro lado, não só as atividades mal-intencionadas como também falhas técnicas causadas por um acesso muito maior do que o colaborador precisaria. A exemplo, considere a situação abaixo:

  1. Todos os profissionais de uma empresa possuem acesso ao seu site, bem como o código e ferramentas de análise;
  2. Por outro lado, apenas o setor de marketing e TI sabem configurar adequadamente as informações, bem como operar as ferramentas de maneira segura.
  3. Consequentemente, um colaborador de outro setor realiza uma modificação que compromete o sigilo das informações inseridas nesse site;
  4. Embora tenha sido uma falha sem intenções negativas, esse usuário não sabe operar as ferramentas, portanto, não demandaria este acesso.
  5. Assim, em um modelo zero trust a empresa não só impede colaboradores de outros setores de acessar essas informações, como também as divide entre o setor de TI e marketing, de forma que cada um acessa somente partes necessárias desse sistema.

Assim, com uma abordagem de acessos limitados somente aos profissionais extremamente necessários, as chances de falhas são muito reduzidas.

A origem e história do modelo Zero Trust

O conceito de confiança zero na segurança cibernética foi mencionado pela primeira vez por Forrester John Kindervag em 2010, ao mencionar a necessidade de monitorar mesmo os processos internos nos sistemas de empresas.

Existem, ainda, alguns termos que compõe o zero trust que surgiram muito antes, como o conceito de “desperimetrização”.

As proteções nesses moldes eram inteiramente voltadas ao bloqueio de ameaças externas, com firewalls e outras proteções.

Por outro lado, internamente as organizações estavam completamente acessíveis a quaisquer invasores que violassem esse perímetro pré-definido.

Com um acesso público interno a todos os sistemas, é muito mais simples para o invasor espalhar um software malicioso e invadir a organização de maneira generalizada.

É pensando nisso que o modelo zero trust passa a valorizar a sigilosidade dos sistemas e age cautelosamente mesmo nos sistemas internos.

Na prática, ações suspeitas são ações suspeitas, independentemente de quem as realiza. Por isso, a implementação não permite exceções quando o assunto é proteção das informações armazenadas e nível de segurança da rede.

Como a segurança Zero Trust se diferencia de outras abordagens

Enquanto as abordagens de perimetrização promovem uma verdadeira barreira contra invasões, no modelo zero trust mesmo que esse empecilho inicial seja superado, existem defesas secundárias na organização.

Isso porque os usuários internos estão restritos, sendo que o sistema não está liberado para qualquer um que o acesse.

Com os sistemas de cloud nas empresas, isso se torna ainda mais eficiente. Considere que, com a ágil interação de dados da tecnologia, a segurança precisa ser divida em camadas para impedir que um possível invasor acesse inteiramente o sistema.

Assim, enquanto abordagens tradicionais promovem uma segurança contra invasões, é como se o modelo zero trust “isolasse” o usuário inadequado que consiga se infiltrar nos sistemas.

Por que adotar o modelo Zero Trust?

Mas, afinal, qual o principal objetivo de uma empresa ao implementar o modelo zero trust em seus sistemas?

Antes de mais nada, segmentar os sistemas de acesso faz com que se torne cada vez mais complexo para os invasores adentrarem em dados mais sigilosos.

Não é surpresa que, em 2020, cerca de 72% dentre 400 colaboradores de diferentes empresas afirmaram o interesse no modelo. O estudo foi divulgado pela Pulse Secure, e revela a efetividade do sistema no olhar dos especialistas.

1. Redução do risco de invasão

Com a segunda camada de proteção e restrição de acessos internos, um dos resultados do zero trust é a diminuição nas chances de invasão e perda de dados.

Como na segurança cibernética, um dos principais focos dessa proteção é impedir que possíveis brechas sejam exploradas. Pensando nisso, a implementação dessa abordagem fecha diversas portas que poderiam representar riscos à empresa.

2. Maior controle do ambiente cloud

Com o compartilhamento frequente de arquivos cloud, o zero trust surge como uma solução para diminuir a imprevisibilidade dos destinos de arquivo.

Essa implementação de segurança permite que as atividades sejam monitoradas em tempo real.

Para as organizações em processo de transformação digital, ter este tipo de serviço é ainda mais necessário, porque não será necessário sofrer com a desordem da migração.

Neste período, a implementação do modelo zero trust permite que todos os usuários sejam configurados desde o início.

Assim, os colaboradores com acessos privilegiados não precisam lidar com restrições iniciais no período de transição.

3. Limita o movimento lateral de hackers

As ameaças ocasionadas por hackers costumam ter movimentos laterais, que nada mais são do que atividades tomadas para infectar outros dispositivos.

Além disso, esses movimentos também são feitos para que os criminosos encontrem acessos a outras fontes de dados na organização.

Por outro lado, no zero trust os riscos são drasticamente diminuídos, principalmente porque a segurança de cada um dos dispositivos está segmentada.

Consequentemente, mesmo que consiga acesso à determinadas informações, o ataque precisa empregar diferentes esforços para cada um dos núcleos.

Na prática, mesmo que infecte um dispositivo, o hacker não consegue expandir o ataque, ou seja, a sua atividade está completamente limitada.

Princípios da abordagem de segurança “Confiança Zero”

A adoção desse sistema também passa por diferentes princípios que garantem seu funcionamento na cibersegurança. Confira alguns deles:

Verificar explicitamente

Cada usuário é monitorado constantemente, independentemente de seu status ou nível de acessos na rede.

Dessa maneira, não há nenhum ponto de confiança mesmo nos dispositivos mais seguros.

Além disso, também é obrigatório definir diferentes camadas de acesso com senhas modificadas para cada um dos usuários.

Isso é fundamental para garantir a identificação dos colaboradores, impedindo que terceiros acessem com seus perfis.

Usar o acesso menos privilegiado

A segurança da informação possui um grande enfoque no gerenciamento de identidades.

Dentro do modelo zero trust isso é ainda mais evidenciado, principalmente no que diz respeito à acessibilidade de informações.

Assim, é fundamental atribuir o menor acesso possível, ou seja, somente o essencial a cada um dos colaboradores.

Resumidamente, esse princípio pode se encaixar em uma frase: “quanto menos amplitude no acesso de dados, melhor”.

Presumir violações

As ações suspeitas nunca passam despercebidas, já que o modelo zero trust não considera nenhum dispositivo como seguro. Consequentemente, as atividades indevidas são monitoradas para qualquer um dos perfis utilizados.

Também são avaliados locais, horários, quantidade de acessos e diversas outras características que configurem um acesso suspeito.

acessos privilegiados controle

Áreas da cibersegurança para implementação do Zero Trust

Para implementar adequadamente essa modalidade é obrigatório contar com tecnologias que possibilitem monitoramentos e restrições.

Além disso, complementar o zero trust com outras ferramentas de gerenciamento de TI pode ser eficaz para a manutenção e melhorias desse processo.

Abaixo, separamos algumas soluções como ponto de partida para a implantação:

Controle de identidades

Você provavelmente percebeu que este modelo é completamente voltado para a desconfiança dos acessos.

Por isso, o primeiro passo para seu uso é o desenvolvimento da gestão de identidade.

Dessa maneira, pode-se mapear os usuários, segmentar seus acessos e definir os perfis com acessos privilegiados.

Lembrar-se de seguir o princípio da utilização de menos privilégios possíveis às identidades definidas.

Saiba mais sobre ferramentas para o controle e gestão de identidades!

Endpoints

As extremidades de segurança ou endpoints também são pontos que demandam muita atenção no zero trust.

Pode-se dizer que se trata de uma das pontas dos sistemas, ou seja, o usuário ou o desenvolvedor, do outro lado.

Ao monitorar os principais pontos de partida e chegada dos dados, é possível avaliar quais os principais acessos, restringindo o fluxo somente aos endpoints necessários.

endpoint e zero trust

Aplicações Web

Nos sistemas de aplicações web, o processo de restrição é menos complexo de se implementar. Ainda assim, é essencial monitorar esta frente e fornecer acessos aos colaboradores que, de fato, utilizam constantemente as aplicações.

A internet é um meio que demanda ainda mais atenção nas atividades de segurança, para evitar incidentes comuns, como os ataques de negação de serviços distribuídos (DDoS).

Sendo assim, é fundamental monitorar os usuários e considerar suspeitas as ações repetitivas de acessos ao código dos sistemas.

modelo zero trust acesso

Rede

Empresas que já implementaram sistemas de business analytics sabem a importância do tratamento de dados provenientes da rede.

Qualquer falha nas redes da organização pode comprometer as informações de clientes e até mesmo violar a LGPD.

Assim, não se pode esquecer o zero trust no momento de desenvolver os processos de proteção das redes e servidores internos.

 

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Infraestrutura

Tanto as estruturas de software quanto de hardware podem ser desenvolvidas pensando no modelo de confiança zero para facilitar sua implementação.

A infraestrutura, portanto, reúne aplicações web de proteção e serviços de monitoramento, alerta e resposta aos incidentes.

Trata-se do modelo técnico de uso das ferramentas em relação ao zero trust, de forma que só há segurança com as funções melhor otimizadas.

Vale também explorar opções no data center com tecnologias atualizadas que blindem os dados mesmo com inovações nas abordagens de hackers.

Proteção de dados

Por fim, a implementação de políticas de segurança que eduquem os usuários e impeçam que estes utilizem as ferramentas de maneira inadequada ou menos atenciosa.

Também é importante consultar frequentemente a legislação e conhecer as sugestões das melhores práticas para a proteção cibernética.

No mais, o modelo zero trust surge como uma opção para que as empresas eliminem conceitos pré-estabelecidos e abram mão da proteção contra usuários internos.

É por este motivo que existem ataques como o de pishing, que enganam o usuário com acesso aos dados para invadi-los.

Nessa circunstância, o criminoso pode desenvolver um perfil falso e se passar por uma imagem de confiança, de modo que não existem suspeitas por parte do colaborador.

Já no zero trust, é possível oferecer acessos somente aos usuários que já conhecem esses golpes, por exemplo.

Consequentemente, será mais difícil que as informações circulem de maneira inadequada entre vias externas à organização.

Todas essas funcionalidades permitem um sólido ponto de partida para a organização que deseja implementar o modelo de confiança zero.

Soluções da Yssy para arquitetura de cibersegurança Zero Trust

Desde processos de treinamento até as implementações de tecnologias que promovam o modelo zero trust, a Yssy pode auxiliar na escolha que melhor atende sua organização.

Isso porque toda a arquitetura de segurança cibernética demanda conhecimentos especializados e recentes, assim como as mudanças nos métodos dos ataques.

Somente em 2020, o Brasil sofreu ao todo cerca de 4,8 bilhões de ações maliciosas com intuitos de sequestro e resgate de dados.

A pesquisa foi desenvolvida pela FortiGuard Labs e ressalta a necessidade de proteção contra hackers que os sistemas demandam.

Sabendo disso, é essencial dar o primeiro passo e buscar transformar os sistemas de maneira personalizada, que abranja as proteções contra ameaças comuns no setor.

Não deixe de ter apoio personalizado e contar com soluções especializadas no planejamento de sua segurança.

Para isso, invista sempre na blindagem das informações dos clientes e na profunda análise contra atividades suspeitas.

A Yssy reúne tecnologias que promovem uma segurança cibernética muito mais desenvolvida em seus sistemas, conheça-as!